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Sindipúblicos-ES alerta que os parques do ES podem virar ‘Ibirapuera dos ricos” com preços de aeroportos


O alerta decorre da insistência do Governo do Estado em promover a privatização de seis unidades de conservação do Espírito Santo, por meio da modalidade “concessão” no prazo de 70 anos, sendo 35 anos inicialmente e uma renovação pelo mesmo período


Sindipúblicos-ES alerta que parques do ES podem virar ‘Ibirapuera dos ricos” com preços de aeroportos | Vídeo: Redes sociais/YouTube

O Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos no Estado do Espírito Santo (Sindipúblicos-ES) divulgou em seu portal, nota sobre uma possível discriminação de pessoas mais pobres em acessar as unidades de conservação após a privatização proposta pelo Governo estadual. E cita como exemplo o Parque do Ibirapuera, em São Paulo (SP), que foi privatizado em 2019 pela modalidade “concessão” à Urbia, de propriedade do grupo empresarial Construcap CCPS Engenharia e Comércio.

Nesta semana os preços acima da realidade cobrados pela concessionária do Ibirapuera foram denunciados pelas redes sociais pelo vereador paulista Nabil Banduki (PT), em vídeo publicado em seu perfil no X. O vereador fez um vídeo mostrando a sua pesquisa de preços, que vão desde o valor cobrado pela água de coco até as taxas abusivas cobradas pela utilização de alguns serviços, como o passeio de bicicleta ou de um espaço para tomar banho. Para o político, o local foi transformado em um espaço voltado para a elite, inacessível às classes pobres.

Alerta

O Sindipúblicos-ES e ambientalistas lembram que o Programa Estadual de Desenvolvimento Sustentável das Unidades de Conservação (PEDUC) prevê a concessão de seis parques estaduais à iniciativa privada por 35 anos, com renovação por mais 35 anos. De acordo com o sindicato, a proposta vem gerando polêmica. “Além de toda situação ambiental, recentes notícias sobre a segregação, devido aos preços praticados em parques já privatizados, como o Ibirapuera, em São Paulo, é um alerta do que pode ocorrer no Espírito Santo”, destaca a entidade sindical.

Ainda é alertado de que o projeto estadual “foi conduzido sem diálogo adequado com comunidades locais, como quilombolas e moradores das áreas impactadas.” Foi lembra que durante as audiências públicas foi denunciado que as negociações priorizaram empresários, deixando de lado aqueles que mais dependem desses espaço.

Preços de aeroportos

A secretária-geral do Sindipúblicos-ES, Silvia Sardenberg, defende que a preservação ambiental deve ser prioridade e critica o uso de R$ 8 milhões em recursos públicos para contratar, sem licitação, a consultoria Ernest Young, que não possui expertise ambiental. O sindicato anda destaca que o caso do Parque Ibirapuera, em São Paulo, ilustra o risco do PEDUC para os parques capixabas. “Após a concessão à empresa Urbia, os preços de produtos e serviços dispararam.

Hoje, o local é comparado aos preços praticados em aeroportos, inacessíveis para grande parte da população. Em São Paulo até o banheiro virou lounge com duchas para clientes vip de um cartão de crédito. E as antigas duchas públicas, estão sem funcionar.

Veja alguns exemplos de valores praticados no Ibirapuera:

  • Tigela de açaí: R$ 43
  • Tapioca com manteiga: R$ 28
  • Espaguete individual: R$ 105
  • Café expresso: R$ 12
  • Água mineral: de R$ 5 a R$ 10
  • Litro da água de coco: R$ 27

São citados relatos na imprensa sobre os preços abusivos no parque paulista. Entre esses estão os gastos de uma família com dois adultos e três crianças, que pode gastar até R$ 115 apenas com água de coco e picolés em uma visita ao Ibirapuera. Se resolverem fazer um lanche com misto-quente para todos, o valor pode chegar a R$ 160.

Além disso, pequenos comerciantes precisam pagar taxas elevadas para operar no parque. Os donos dos carrinhos de alimentos, por exemplo, pagam uma taxa mensal de R$ 1 mil ou 10% do faturamento, além de R$ 500 pela manutenção do carrinho, além de ter que exibir propagandas de uma cervejaria.

A justificativa da concessionária é que os preços altos são necessários para a manutenção do parque, mas a realidade é que muitas pessoas não conseguem mais frequentar o local como antes.

Sindicato diz que PEDUC pode criar “Parques de Luxo” no ES

Se o PEDUC seguir o mesmo caminho do Ibirapuera, os parques estaduais capixabas podem se transformar em espaços elitizados, afastando a população em geral. Além da exclusão econômica, há preocupações com a instalação de teleféricos, hospedagens e outros equipamentos em áreas de preservação, sem estudos ambientais adequados.

“A mobilização contra o PEDUC já reúne milhares de assinaturas, e a pergunta que fica é: os parques capixabas serão espaços públicos acessíveis a todos ou se tornarão territórios de exclusão e exploração econômica?”, questiona o Sindipúblicos-ES.

Serviço:

O sindicato solicita às pessoas, que discordam da privatização das seis unidades de conservação do Espírito Santo, para que assinem um abaixo-assinado contra a privatização dos nossos parques. O abaixo-assinado pode ser acessado clicando neste link.