Na sua tradicional conversa com apoiadores na porta do palácio do Planalto, na manhã desta sexta-feira (9/4), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), dirigiu críticas ofensivas ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou na quinta-feira (8/4) que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), instaure a “CPI da Covid”. O objetivo da comissão parlamentar de inquérito é investigar a atuação do governo de federal no combate à pandemia, já que havia número mais do que suficiente de assinaturas e o dirigente do Senado estava se relutando em abrir a CPI.
“A CPI não é para apurar desvio de recursos de governadores, é para apurar – segundo tá lá na ementa do pedido de CPI – omissões do governo federal. Ou seja, uma jogadinha casada – Barroso e bancada de esquerda do Senado – para desgastar o governo. Eles não querem saber o que aconteceu com os bilhões desviados por alguns governadores e alguns poucos prefeitos também”, disse Bolsonaro para seus apoiadores.
Bolsonaro mentiu mais uma vez, já que a ação foi proposta por senadores insatisfeitos com o presidente do Senado, que apesar de a CPI ter cumprido a exigência mínima de assinaturas para ser instalada. Diante da omissão do presidente do Senado, os senadores recorreram ao Judiciário para que a lei fizesse valer. Por isso o ministro determinou a instalação da CPI da Pandemia.
Nota do STF
No meio da tarde, a assessoria de imprensa do Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou uma nota oficial à imprensa. A íntegra da nota é: “O Supremo Tribunal Federal reitera que os ministros que compõem a Corte tomam decisões conforme a Constituição e as leis e que, dentro do estado democrático de direito, questionamentos a elas devem ser feitos nas vias recursais próprias, contribuindo para que o espírito republicano prevaleça em nosso país”.