fbpx
Início > Tramita na Assembleia Legislativa do Espírito Santo PL para valorizar trabalhadoras domésticas

Tramita na Assembleia Legislativa do Espírito Santo PL para valorizar trabalhadoras domésticas


Além de assegurar direitos, estão previstas medidas como a criação de um banco de dados para facilitar acesso a políticas públicas para a categoria


Tramita na Assembleia Legislativa do Espírito Santo PL para valorizar trabalhadoras domésticas | Foto: Freepik

Está tramitando na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), o Projeto de Lei (PL) 154/2025, que institui o Programa Estadual de Valorização das Trabalhadoras Domésticas no Espírito Santo. A proposta, de autoria da deputada estadual Camila Valadão (PSOL), elenca ações para reconhecer os direitos assegurados aos profissionais da área, além de valorizar a função social e garantir acesso da categoria à educação, ao trabalho formal e à participação social e política.

Também está prevista a atuação no enfrentamento das violências e da precarização dessa categoria. O texto do projeto define a trabalhadora doméstica como toda pessoa, do sexo feminino ou masculino, que possui uma relação de trabalho executado na casa de família, independentemente de registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), incluindo, entre outros, diaristas e cuidadoras. “A atividade é exercida majoritariamente por mulheres, motivo pelo qual optou-se por usar o termo ‘trabalhadoras domésticas’, no feminino”, explica a autora.

O programa prevê ações para estimular a capacitação e a formação profissional da categoria. Outra proposta é a promoção do acesso à informação sobre direitos trabalhistas e do atendimento social, psicológico, jurídicos e previdenciários. Outra meta é o combate à exploração de crianças e adolescentes, ao assédio moral e sexual e demais formas de violência, incluindo o trabalho análogo ao de escravo e a discriminação.

O cadastramento voluntário dos profissionais para fins de criação de dados estatísticos e de facilitação de acesso a programas e políticas públicas é mais uma das medidas previstas na proposição.

Cenário social e econômico

Na justificativa do projeto, Camila Valadão apresenta dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo o qual o Brasil possui o segundo maior número de trabalhadoras domésticas do mundo, com um total de aproximadamente 7 milhões de profissionais no setor.

“A despeito da recente legislação, (PEC das domésticas) ainda é realidade o fenômeno de que essas trabalhadoras não têm seus direitos assegurados na prática. Se em 2012, 31,4% das trabalhadoras domésticas tinham carteira assinada, em 2022, esse percentual caiu para 25%, principalmente em virtude da pandemia de Covid-19”, pontua a parlamentar.  

Outro dado apresentado na justificativa da matéria é do Sindicato das Empregadas Domésticas (Sindomésticas/ES). De acordo com a entidade, no Estado do Espírito Santo, das 136 mil trabalhadoras domésticas, em torno de 90 mil não têm carteira assinada. O salário médio nacional percebido por elas é de R$ 930, sendo que as trabalhadoras negras recebem 20% a menos que as brancas.

“Frente a esse contexto, justifica-se o presente Projeto de Lei pela necessidade urgente de promoção de políticas públicas capazes de atender às demandas dessa categoria de trabalhadoras. O Programa Estadual de Valorização das Trabalhadoras Domésticas propõe a corresponsabilização pública quanto ao exercício dos trabalhos domésticos e de cuidados, por via da criação de ações que possibilitem às domésticas buscarem acesso à informação quantos aos seus direitos, de forma a garantir que garantias já positivadas na Constituição Federal e na LC 150/2015 sejam asseguradas”, defende a deputada.