A Ufes é a instituição que mais contribuiu com a publicação de artigos científicos sobre a cultura do café conilon/robusta (Coffea canephora) entre os anos de 2012 e 2020. Considerando a ferramenta de análise da base Scopus, dos 733 artigos científicos publicados sobre essa espécie em todo o mundo, mais de 300 foram produzidos por instituições brasileiras – o Brasil é um dos maiores produtores de café conilon do mundo –, e, destes, 129 artigos foram produzidos pela Ufes a partir da atuação de estudantes, técnicos e professores da Universidade em trabalhos de iniciação científica, dissertações e teses.
No que tange às defesas de mestrado e doutorado, de 2010 a 2020 foram defendidas na Ufes 95 dissertações (mestrado) e 26 teses (doutorado) cuja temática principal envolveu C. canephora, totalizando 121 trabalhos. Também há uma nítida tendência de crescimento no número de dissertações e teses defendidas ao longo dos anos analisados. Para estudos envolvendo o tema, os programas de pós-graduação que mais contribuíram para essa formação foram os de Produção Vegetal (campus de Alegre), com 17 teses e 43 dissertações defendidas, seguido pelo de Agricultura Tropical (campus de São Mateus), com 32 dissertações. Outro programa que contribuiu de forma significativa foi o curso de pós-graduação em Genética e Melhoramento (campus de Alegre), com um total de 11 trabalhos defendidos, sendo sete teses e quatro dissertações envolvendo estudos com C. canephora.
“Sendo o Espírito Santo o estado que mais produz Coffea canephora no Brasil, a Ufes ocupa uma posição de destaque e coerente com a necessidade de produção científica para evolução da cultura, contribuindo com a sociedade em informações científicas e com a formação de recursos humanos”, afirma o diretor de Pesquisa da Ufes e professor do curso de Agronomia, Fábio Partelli.
Esses dados foram levantados pelo Núcleo de Excelência de Pesquisa em Café Conilon, localizado no campus de São Mateus, e estarão reunidos em um capítulo do livro que será lançado durante o X Simpósio do Produtor de Conilon, a ser realizado em 16 de setembro deste ano. Os autores do capítulo que abordará essa pesquisa são o professor Fábio Partelli e o estudante de doutorado Willian Gomes.
O professor destaca que o volume de recursos humanos formados e de artigos científicos produzidos na Ufes tem refletido na transferência de tecnologias para o produtor rural inserido na cafeicultura de conilon. Um exemplo disso é o lançamento de quatro novas cultivares de C. canephora.
A primeira cultivar registrada pela Universidade foi a Tributun, em 2017. Na sequência, vieram a Andina (primeira para altitude), em 2018; a Monte Pascoal (direcionada para a Bahia – foto ao lado), em 2020; e a Salutar, lançada em 2021, tendo como foco genótipos que possuem alto teor de ácidos clorogênicos e de sólidos solúveis em seus grãos.
“Essa evolução no volume de artigos, projetos e orientações produzidos pela Ufes reflete a relevância da cultura para o estado e como a instituição tem contribuído para a melhoria dela, o que permite inferir sobre o engajamento da comunidade universitária na execução de trabalhos relacionados ao café conilon. Sendo esta uma cultura estratégica para o desenvolvimento do Espírito Santo, torna-se imprescindível que tais números continuem em crescimento progressivo nos próximos anos. Para isso, são necessários recursos financeiros e humanos”, afirma Partelli.
O professor ressalta ainda a importância das agências de fomento para que haja continuidade da produção do conhecimento científico e formação de pessoas. Ele destaca, principalmente, a contribuição de recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Texto: Thereza Marinho, com informações do Núcleo de Excelência de Pesquisa em Café Conilon
Imagens: Embrapa e acervo Prof. Fábio Partelli