Em nota a Ufes disse que é com um sentimento de desagravo que a Administração Central da Ufes recebe a decisão da Justiça Estadual, por meio da 4ª Vara Criminal de Vitória, que acolheu a denúncia do Ministério Público contra os autores de crime racial praticados contra o doutor em Educação, professor do Centro de Educação e pró-reitor de Assuntos Estudantis e Cidadania desta Universidade, Gustavo Forde.
Os ataques racistas ocorreram após a publicação de uma entrevista com o professor em abril de 2019, realizada pelo jornal A Gazeta, na qual foram abordados assuntos como o protagonismo do movimento negro e a constituição da sociedade e da educação em nível estadual e nacional. Após a divulgação da entrevista, comentários racistas foram publicados contra o professor, na internet.
Segundo a decisão judicial, a denúncia oferecida “preenche todos os requisitos do artigo 421 do Código Penal, contendo exposição do fato criminoso, a qualificação e a conduta dos denunciados, a classificação de crime, (…) imputando-lhes a prática de crime previsto nos artigos 140 e 141 do Código Penal”. Os réus serão citados pessoalmente para que ofereçam resposta à acusação.
Solidariedade
Diante da decisão, a Administração Central da Ufes manifesta sua solidariedade ao professor Gustavo Forde e, mais uma vez, declara repúdio a qualquer manifestação ou expressão que atente contra valores igualitários, sociais e humanitários, seja por motivo de raça, credo, orientação sexual ou qualquer outro. A decisão da Justiça Estadual sinaliza que a impunidade não vai prevalecer.
Não apenas neste 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, mas em todos os dias, é importante afirmar que o racismo precisa ser eliminado e combatido, para que a nossa sociedade construa uma nova cultura de respeito às diferenças e garantia de participação igualitária de todos.