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Ufes registra no Ministério da Agricultura a sexta cultivar de café conilon capixaba

Ufes registra o sexto cultivar do café conillon capixaba | Foto: Divulgação/Ufes

A Ufes obteve há uma semana o registro no Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) do cultivar Plena, da espécie Coffea canephora Pierre ex A. Froehner. Trata-se de a sexta cultivar de café conilon registrada pela Universidade desde o ano de 2017. A palavra “cultivar” foi criada no século XIX pelo botânico americano Hyde Bailey, através da amalgama entre as palavras “cultivated” e “variety” (cultivado e variedade, em inglês). O significado se refere estritamente as variedades cultivadas de uma planta, em oposição as variedades “selvagens” da mesma planta, que surgem na natureza.

Cultivados no município de Nova Venécia, os seis genótipos que compõem a cultivar (A1, AD1, Bicudo, L80, LB1, Peneirão) alcançaram uma produtividade média em seis colheitas de 108,91 sacas por hectare a cada ano, enquanto a média dos demais genótipos plantados na mesma área foi de 83,84 sacas. Todos os clones do cultivar estão disponíveis para os agricultores no campus da Ufes em São Mateus.

“Foram oito anos de pesquisa e seis de produção. Fizemos uma caracterização bastante ampla, envolvendo diversos colegas e instituições, para analisar os grãos, a produtividade, a qualidade da bebida, a arquitetura das plantas, a maturação, o rendimento, entre outros aspectos”, afirma Fábio Luiz Partelli, professor do Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical e em Genética e Melhoramento da Ufes e diretor de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG/Ufes).

O novo cultivar eleva a produtividade permitindo a colheita de108,91 sacas por hectare a cada ano | Foto: Divulgação/Ufes

Metodologia

O plantio foi composto por 42 genótipos propagados por estaca, sendo iniciado o cultivo em abril de 2014, a aproximadamente 200 metros de altitude. Para analisar a estabilidade e adaptabilidade dos materiais genéticos, foram utilizados dados de produtividade correspondentes às colheitas do período de 2016 a 2021.

Além da produtividade, foram avaliadas outras características, como arquitetura da planta, substâncias químicas das folhas, grão e palha do fruto, análise sensorial da bebida, altura da planta, vigor e resistência a pragas e doenças, entre outras.

Mesmo com a seca de 2015, que impactou a disponibilidade de água para irrigação e afetou principalmente a produtividade da segunda colheita, em 2017, os resultados foram positivos. Também não foi verificado ataque severo das principais pragas e doenças, com as plantas mantendo-se vigorosas e com bom enfolhamento.

“Essa nova cultivar apresenta características desejáveis, sobretudo, a alta produtividade para as condições do norte do Espírito Santo, o que permitirá grande aceitação entre os cafeicultores”, afirma o professor. A recomendação é para cultivo em altitude inferior a 500 metros.

Parceiros

A pesquisa recebeu o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Também trabalhou no projeto uma equipe multidisciplinar, composta por pesquisadores e estudantes do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de outras instituições.