No rol de mentiras ditas nos Emirados Árabes Unidos pelo presidente de extrema-direita brasileiro, ele disse audaciosamente que a floresta amazônica não pega fogo “por ser uma mata úmida”
Durante sua tournée por Dubai com família, meia dúzia de ministros amigos, vereador desconhecido de Belo Horizonte e políticos derrotados, como o ex-senador capixaba Magno Malta, paga com dinheiro do contribuinte brasileiro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou da sua maior especialidade: a mentira descarada. Audaciosamente disse que a floresta amazônica, onde ele impediu os órgãos ambientais de reprimirem a sanha destruidora dos garimpeiros, madeireiros e dos grandes pecuaristas a destruir, disse que a vegetação não pega fogo por ser uma mata úmida. E, pior, na sua mentira aos árabes ainda afirmou que a floresta está intacta igual a 1500”.
No passeio que Bolsonaro faz em três países árabes, ele ainda levou o desembargador Marcelo Buhatem, que livrou o filho Flávio Bolsonaro (Patriota-RTJ) do caso da corrupção da rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio de janeiro. Para árabe ver, Bolsonaro não mediu palavras na sua mentira sobre os mega incêndios que vem destruindo a floresta amazônica. Sem se preocupar com as consequências da mentira, ainda convidou os árabes a visitar a Amazônia devastada.
O presidente de extrema-direita brasileiro disse que são injustas as denúncias de que há incêndios na Amazônia. Para os participantes de um fórum denominado de Invest in Brasil, ele disse: “Nós queremos que os senhores conheçam o Brasil de fato. Uma viagem e um passeio pela Amazônia é algo fantástico, até para que os senhores vejam que a nossa Amazônia, por ser uma floresta úmida, não pega fogo. Que os senhores vejam realmente o que ela tem. Com toda certeza, uma viagem inesquecível”, afirmou Bolsonaro.
“Exatamente igual quando descoberto em 1500”
Vivendo em um mundo virtual, onde ele se especializou em difundir Fake News, Bolsonaro disse mais besteiras para os investidores dos Emiratos Árabes Unidos (EAU) neste último domingo (15). “Os ataques que o Brasil sofre quando se fala em Amazônia não são justos. Lá, mais de 90% daquela área está preservada, está exatamente igual quando foi descoberto no ano de 1500. A Amazônia é fantástica”, acrescentou o presidente.
Talvez por não ter hábito de leitura, nem de livros e nem de revistas técnicas, Bolsonaro desconhece, ou finge desconhecer, os dados técnicos de relatórios sobre o desmatamento, provocado por criminosos madeireiros, garimpeiros ou pecuaristas ou pelos incêndios criminosos. No estudo recente do MapBiomas ficou comprovado de quer entre 1985 e 2020 um total de 16,4% de toda a floresta amazônica havia virado carvão por causa das queimadas promovidas pelos criminosos.
Dois dias antes de Bolsonaro abrir a boca para falar besteira em Dubai, o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou documento onde relata ter constatado que a área de alerta de desmatamento da Amazônia Legal em outubro de 2021 foi a maior para aquele mês dentro dos últimos sete anos. Registrou-se 877 km² de devastação da floresta na Amazônia, um aumento de 5% em relação a outubro de 2020.
A área denominada Amazônia Legal é formada por nove Estados: Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Por não combater e proteger os incendiários da Amazonia, Bolsonaro não foi a Glasgow, na Escóicia, para participar da 26{ Conferencia do Clima, a COP26, se limitando a enviar um vídeo de três minutos.