A vereadora de Vitória, Karla Coser (PT) enfrentou nesta última terça-feira (26), de frente, a mais um ataque contra a democracia e ao Estado de Direito feito pelo vereador bolsonarista Gilvan Aguiar Costa, vulgo Gilvan da federal (Patriota). Em sessão rotineira da Câmara de Vitória (CMV) a vereadora reagiu no mesmo instante em que o bolsonarista cometeu o crime de apologia ao torturador Carlos Brilhante Ustra. Mais uma vez o também bolsonarista que preside a CMV, Davi Esmael (PSD) ignorou a nova ação criminosa do vereador que apoia incondicionalmente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Fazer apologia à tortura é considerado como crime hediondo e reprovável por qualquer sociedade democrática, disse o então advogado Luciano Bandeira, que foi conselheiro da OAB nacional e presidente da Comissão de Prerrogativas dos Advogados quando Bolsonaaro fez elogios ao mesmo criminoso Ustra. O coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra” foi acusado de cometer reiteradas práticas de tortura contra presos políticos durante a ditadura militar e morreu em dezembro de 2015 após ter se recusado a depor diante da Comissão Nacional da Verdade sobre os crimes que praticou.
Conivência de outros vereadores
“O vereador Gilvan da Federal mais uma vez afronta à Câmara Municipal de Vitória ao dedicar seu voto ao torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, disse a vereadora Karla Coser. “A atitude do vereador é um espelho das ações do Presidente que vê na tortura um enorme prazer; que acha graça em ver as pessoas agonizando – seja no pau de arara ou sem ar nos hospitais”, disse a vereadora do PT.
“A fala vir do vereador não me surpreende; o que me salta aos olhos, ou melhor, aos ouvidos, é o silêncio dos bons, são as risadas tímidas do plenário; é a apatia conivente dos cristãos que parecem ter esquecido do maior torturado da história: Jesus Cristo. De mim não esperem silêncio ao ouvir uma barbaridade dessas”, disse a vereadora do PT”, completou.
Ministério Público foi acionado
O empreendedor, administrador de empresas e ex-candidato à prefeito por Vila Velha nas eleições municipais de 2020 pela Rede Sustentabilidade, Rafael Primo informou através de suas redes sociais que acionou o Ministério Público Estadual (MPEES) para apurar o crime de apologia à um torturador praticado pelo vereador bolsonarista de Vitória.
“Nessa terça-feira, agindo como um delinquente e praticando crime no exercício do mandato, o vereador bolsonarista, Gilvan da Federal, saudou de maneira panfletária o maior símbolo da tortura durante o período da ditadura militar no Brasil, o Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra”, disse Primo.
“Em observação as leis brasileiras, e com a missão de mostrar a necessidade de ser implacável com esses atentados ao estado democrático de direito, ofereci ao Ministério Público do Espírito Santo uma denúncia, na qual a posição da OAB e da Comissão de Ética da Câmara dos Deputados são cristalinas e servem de referência para a petição”, prosseguiu.
Nota do Sindiupes sobre outros crimes de Gilvan
O Sindiupes – Sindicato dos/as Trabalhadores/as em Educação no Espírito Santo – vem a público repudiar, veementemente, o desrespeito, a ignorância e a violência contidas na fala do vereador Gilvan (Patriota), em sessão na Câmara Municipal de Vitória, por ocasião da homenagem a diretores/as sindicais e professores/as da Rede Municipal de Ensino pelo Dia do/a Professor/a.
Movido pelo discurso de ódio, tal parlamentar, que nunca apresentou qualquer projeto de valorização da Educação Pública, mais uma vez optou pelos ataques infundados, declarando que os/as professores/as homenageados deveriam receber salários menores, ferindo a legitimidade da representação sindical que é garantida pela Constituição Federal.
O Sindiupes demonstra indignação com essa postura agressiva, porém não se surpreende haja vista que o vereador Gilvan tem pautado o seu mandato por perseguições, preconceitos e um discurso violento contra os/as educadores/as do município de Vitória, demonstrando alinhamento com projetos antidemocráticos que ganharam espaço na política nos últimos anos.
É inadmissível que um parlamentar eleito para representar os cidadãos, pago com dinheiro público, reproduza, cotidianamente, mentiras sobre o sistema de ensino, o conteúdo curricular, a formação de professoras e professores, além de incitar agressões e ofensas às lideranças sindicais, reforçando uma campanha orquestrada de desvalorização do magistério e da Educação Pública.
O Sindiupes, ao longo de seus mais de 60 anos de história, defende uma Educação Pública de Qualidade, Democrática, Laica e Inclusiva, com valorização profissional e que assegure a liberdade de aprender e ensinar, e por essa história temos o dever de combater e de repudiar qualquer ação que vise ao cerceamento das liberdades e a intimidação contra os educadores/as e seus representantes legítimos.
Basta de discurso de ódio!
Basta de desrespeito e precoonceito contra os/as educadores/as!
Diretoria Colegiada do Sindiupes