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Vereadores bolsonaristas de Vitória promovem censura ideológica e cassam honraria ao Secretário da Saúde

Votaram contra os bolsonaristas os seguintes vereadores: Karla Coser (PT), Camila Valadão (PSOL), Aloísio Varejão (PSB), Duda Brasil (PSL) e Luiz Paulo Amorim (PV)

Assista trecho da votação, onde bolsonaristas conseguem cassar a homenagem ao secretário de Estado da Saúde | Vídeo: YouTube

O grupo de sete vereadores bolsonaristas de Vitória (ES), que atuam contra a vacinação do Covid-19, através de lei aprovada que proíbe a exigência de passaporte de vacina, estão também promovendo censura ideológica a indicados à homenagem de Cidadão Vitoriense. Os vereadores bolsonaristas são: Luiz Emanuel (Cidadania), Denninho Silva (Cidadania), André Brandino (PSC), Armandinho Fontoura (Podemos), Leandro Piquet (Republicano) e Gilvan Aguiar Costa, vulgo Gilvan da federal (Patriota).

Nesta semana o grupo aprovou o projeto de decreto legislativo 01/2022, de autoria de um integrante e que revoga a honraria de Cidadão Vitoriense concedida pela vereadora Karla Coser (PT) ao secretário Estadual de Saúde, Nésio Fernandes de Medeiros Júnior, sem nenhum fundamento técnico, apenas pautado em rancor ideológico contra o representante do Estado no combate à proliferação do novo coronavírus.

Implicância com exigência de passaporte

A implicância dos bolsonaristas com o secretário é que ele, como médico e defensor da ciência, assinou uma portaria exigindo a apresentação do comprovante de vacina contra Covid-19 para que possa ser acessado locais de grande aglomeração. Os vereadores bolsonaristas antivacina não o perdoaram. No plenário, a vereadora Karla Coser disse que o Secretário assinou a portaria após uma reunião democrática com empresários, que representam as atividades econômicas onde será exigido apresentação do passaporte vacinal.

Pela legislação em vigor, cada vereador tem o direito de homenagear quem ele quiser e sem precisar de ser aprovado pelos demais. Mas, não é isso que os bolsonaristas querem, já que detém o controle da Câmara de Vereadores de Vitória, decidiram implantar a censura ideológica de direita. O grupo passou por cima da autoridade da vereadora Karla Coser e decidiu cancelar a honraria que ela concedeu ao Secretário de Estado da Saúde, por ter conduzido de forma louvável o combate ao Covid-19 no Espírito Santo. Alguns desses vereadores negacionistas chegaram a defender o uso de medicamentos sem nenhuma eficácia cientifica contra o coronavírus, como a cloroquina.

Um desses bolsonaristas, que não votou na retirada da honraria ao Secretário Nésio, por ser o presidente da Câmara, Davi Esmael (PSB) é um evangélico radical de direita e que a maioria das suas proposições não são em favor dos moradores menos favorecidos da Capital, mas a concessão de honrarias para igrejas evangélicas. Davi Esmael gasta o tempo de seu mandato, pago pelo contribuinte municipal, promovendo votos de louvor e sessões solenes para pastores e representantes de igrejas evangélicas.

Diante da atitude dos bolsonaristas, a vereadora do PT protocolou o Requerimento Outras Atividades Legislativas 02/2002, direcionado ao Presidente da Câmara, onde pede Questão de Ordem. Na solicitação, ela pede a rejeição do projeto dos antivacina “por afronta aos pontos retro mencionados, quais sejam: apontamento incorreto do diploma normativo que deseja revogar, ausência de justificativa por escrito acompanhando o projeto (conforme art. 174 do Regimento Interno da Câmara de Vitória) e reapresentação de propositura já rejeitada na mesma Sessão Legislativa (de acordo com o art. 184, XIII, do Regimento Interno da Câmara de Vitória)”.