Para a Prefeitura de Domingos Martins, a antena disfarçada de coqueiro promove poluição visual. Já pediu há mais de um ano a retirada, mas a Vivo ignora aos apelos da municipalidade, que afirma que a antena compromete o paisagismo do ponto turístico
Após passar mais de um ano que a operadora Vivo colocou na frente da Pedra Azul uma torre de celular 5G disfarçada de coqueiro, na frente da Pedra Azul, um momento natural, localizado em Domingos Martins (ES) e que é atrativo turístico para a região das montanhas capixabas, a empresa de telefonia continua desafiando as autoridades estaduais. Não tirou e os turistas se irritam ao querer fotografar a Pedra Azul, sem que aparece a torre de celular da Vivo.
Sem punição severa, a Vivo mantém a antena disfarçada de coqueiro no ponto mais alto da frente da Pedra Azul, que fica no Parque Estadual Pedra Azul, sob responsabilidade do Governo do Estado. A torre faz com que pessoas incautas acreditem que seja um pé de coco natural. Para a municipalidade é importante ter sinal de internet e telefonia no local, mas não que o equipamento para essa finalidade estrague a paisagem natural, ficando exposto bem na frente do monumento natural.
O que diz o Iema
- Nesta semana, o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) foi questionado com as seguintes perguntas:
- Quais foram as medidas tomadas pelo Iema sobre a torre de celular, que está há mais de um ano modificando a paisagem natural da Pedra Azul?
- O fato de a Vivo ignorar as possíveis determinações do Iema, o que o Instituto pode fazer para retirar essa torre de celular da frente da paisagem da Pedra Azul? O Iema admite a possibilidade de entrar com uma ação judicial contra a Vivo?
- É possível enviar as notificações feitas à Vivo, em arquivo PDF ou JPG?
As perguntas não foram respondidas e nem a prova de que a Vivo foi realmente notificada, com os arquivos em PDF ou JPG foram apresentadas. O Iema deu uma resposta padrão, a mesma nota que já havia divulgado para os demais veículos de comunicação. Veja a resposta do Iema:
- “O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) informa que, na época, a empresa responsável foi multada e notificada para retirar a antena. Em reuniões com o Iema, a empresa ainda se comprometeu a apresentar alternativas locacionais para a instalação da antena, o que não foi feito até o presente momento e, por isso, foi notificada novamente.”
Quem inventou as antenas disfarçadas
O designer e fotógrafo alemão Robert Voit foi quem desenvolveu em 2003 a ideia de ciar revestimentos, que camuflam as torres de celular, para dar “aparência de árvores nativas”. E deu nome ao projeto de New Trees (Novas Árvores). O invento de Voit já está presente nos EUA, Grã-Bretanha, África do Sul, Coreia, Itália, Portugal e no Espírito Santo, no Brasil. O designer criou uma ampla gama de “trajes” artificiais, que inclui árvores coníferas, pinheiros, palmeiras, cactos enormes e coqueiros.
O resultado da aplicação das camuflagens, em alguns casos, é tão real que mal se percebe a diferença entre a antena revestida e o ambiente ao seu redor. As “capas mágicas” – como o inventor gosta de chamar sua obra – têm um grande potencial de crescimento no mercado de telefonia celular, principalmente, com a maior notoriedade da “sustentabilidade” dentro da sociedade.
Na sua página pessoal na internet, Voit enumera 20 tipos de “árvores”, que visam disfarçar as antenas de celular. O texto é em alemão, mas para quem quiser ver as fotos, enumeradas de #01 a #20 é só clicar neste link. Voit nasceu em 1969 em Erlangen, na Alemanha, mas sempre morou em Munique.