Em setembro de 2021 a Cesta Básica de Vitória calculada pelo Departamento Intersindical de Economia e Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) registrou uma alta em seu preço total de 2,27% passando de R$ 618,96 em agosto para os atuais R$ 633,03. Na avaliação mensal, os produtos que registraram elevações nos seus preços foram o açúcar (11,00%), o café (7,84%) e a farinha (4,99%). As maiores quedas foram registradas no tomate (1,93%) e no feijão (1,22%). Nenhum produto apresentou estabilidade nos preços. A cesta básica capixaba foi a quinta mais cara do Brasil no mês passado.
Em setembro de 2021 o valor da Cesta Básica em Vitória representou 62,21%do salário mínimo líquido em comparação aos 60,19% no mês de agosto. O trabalhador com rendimento de um salário mínimo necessitou este mês cumprir uma jornada de 126 horas e 37 minutos para adquirir os bens alimentícios básicos. Abaixo, os dados das demais capitais brasileiras pesquisadas.
Com base no total apurado em setembro e na cesta mais cara do país, a de São Paulo (R$ 673,45) e considerando a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deva ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em setembro de 2021, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 5. 657,66 ou 5,60 vezes mais do que o mínimo líquido atual de R$ 1.017,50.
No cenário nacional
O custo médio da cesta básica de alimentos aumentou em 11 cidades e diminuiu em seis, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em 17 capitais. As maiores altas foram registradas em Brasília (3,88%). Campo Grande (3,53%), São Paulo (3,53%) e Belo Horizonte (3,49%). As capitais com quedas mais intensas foram João Pessoa (-2,91%) e Natal (-2,90%).
A cesta mais cara foi a de São Paulo (R$ 673,45), seguida pelas de Porto Alegre (R$ 672,39), Florianópolis (R$ 662,85) e Rio de Janeiro (R$ 643,06). Entre as capitais do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta tem algumas diferenças em relação às demais cidades, Aracaju (R$ 454,03), João Pessoa (R$ 476,63) e Salvador (R$ 478,86) registraram os menores custos.
Ao comparar setembro de 2020 e setembro de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento. Os maiores percentuais foram observados em Brasília (38,56%), Campo Grande (28,01%), Porto Alegre (21,62%) e São Paulo (19,54%).
Alta generalizada há nove meses
Nos primeiros nove meses de 2021, 16 capitais acumularam alta, com taxas entre 0,19%, em Aracaju, e 13,05%, em Curitiba. Somente Salvador apresentou ligeira queda de -0,05%.
Com base na cesta mais cara que, em setembro, foi a de São Paulo, o DIEESE estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.657,66, o que corresponde a 5,14 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. Já em agosto, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.583,90, ou 5,08 vezes o piso em vigor.
O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em setembro, ficou em 115 horas e 02 minutos (média entre as 17 capitais), maior do que em agosto, quando foi de 113 horas e 49 minutos.
Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em setembro, 56,53% (média entre as 17 capitais) do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em agosto, o percentual foi de 55,93%.