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TC-ES julga irregulares as contas de gestores da Faculdade municipal de Alegre (ES)


O Tribunal de Contas do Espírito Santo (TC-ES) ainda acusa os ex-gestores  Maurício Alves do Amaral e Vera Lúcia Miranda Vailant de terem provocado prejuízo de R$ 80.244,75, valor ainda sem a incidência dos juros de mora


TC-ES julga irregulares as contas de gestores da Faculdade municipal de Alegre (ES) | Foto: Divulgação/Prefeitura de Alegre (ES)

Segundo o Tribunal de Contas do Espírito Santo (TC-ES), devido à falta de recolhimento de contribuição previdenciária no prazo legal, com incidência de juros e multa, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Alegre (Fafia), em 2017, o Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES) julgou irregulares as contas dos gestores responsáveis pela autarquia municipal naquele período.  

“A conduta dos gestores representou um ato ilegal e antieconômico, como também uma irregularidade grave que resultou em danos ao erário. A decisão decorreu do julgamento de um processo de Tomada de Contas Especial instaurada pela Fafia, cumprindo determinação do TCE-ES, após a prestação de contas anual do ordenador de despesas daquela entidade, em 2017”, diz o Tribunal em nota divulgada.

Recolhimento em atraso de contribuições previdenciárias

O processo foi julgado na Sessão virtual da 1ª Câmara, neste mês de abril, conforme o voto do relator, conselheiro substituto Donato Volkers Moutinho. Ele relata que os elementos do processo mostram não haver dúvida sobre os recolhimentos em atraso das contribuições previdenciárias das competências 3 a 13/2017, tanto as patronais quanto as retidas dos servidores, o que gerou a incidência de juros e multa, e o consequente dano ao erário.

De acordo com os cálculos realizados, o montante do dano ao erário equivale a 17.819,4950 VRTE, dividido em 7.255,5031 VRTE sob a responsabilidade do então gestor Maurício Alves do Amaral, e 10.563,9919 VRTE, de Vera Lúcia Miranda Vailant. Logo, o dano ao erário atualizado para o ano de 2024 é de R$ 80.244,75, valor ainda sem a incidência dos juros de mora.

“Atos ilegais”, afirma o relator

O relator explica que os recolhimentos em atraso das contribuições sociais devidas pela Fafia são atos ilegais, pois violam a Lei 8.212/1991, que trata do Regime Geral de Previdência Social, e antieconômicos, na medida em que acarretam a obrigação de pagamento da multa de mora e dos juros de mora previstos nesta mesma lei.

No processo, os responsáveis alegaram que as dificuldades financeiras pelas quais passava a instituição obrigariam os gestores a priorizarem o pagamento do salário dos servidores em detrimento das contribuições previdenciárias. O relator avaliou que os responsáveis não conseguiram demonstrar que envidaram todos os esforços ao seu alcance para estancar o déficit operacional.

Relator ensina como um gestor não cometer ilegalidades

“Em situações de insuficiência financeira de órgãos e entidades, o que se espera do gestor médio é que envide todos os esforços que estiverem ao seu alcance para estancar o déficit operacional, seja com o corte de despesas, seja com a ampliação das receitas. Ao final, caso não haja saldo suficiente para o pagamento de todas as obrigações, deixar de pagar as contribuições previdenciárias devidas pelos empregados, retidas na fonte, pela sua gravidade – tanto que mereceu tipificação penal – não é uma opção aceitável”, considerou o relator.

Ele acrescentou que não houve demonstração de dolo ou erro grosseiro na atuação dos gestores, portanto entendeu que não deve haver a condenação ao ressarcimento e para a aplicação de multa.

O que é a Fafia

A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Alegre (Fafia)), localizada no município de Alegre (ES) é uma Instituição de ensino superior, organizada na forma de autarquia municipal e com autonomia administrativa e financeira, sendo vinculada ao Sistema Estadual de Ensino.

A Fafia foi criada em 1967, iniciando seu funcionamento em 1973, com o objetivo de atender a demanda de formação de professores de “1º Grau” para atuação nas áreas de Ciências, Matemática, Português e Estudos Sociais e, ainda, formar “especialistas em Educação” (Curso de Pedagogia).

Com o passar dos anos, atendendo as exigências legais e sociais, a Fafia renovou o foco de seu ensino, adequando os cursos oferecidos e criando novas ofertas. Atualmente ministra nove cursos de graduação, nas modalidades de licenciatura, bacharelado e formação de Psicólogo e partir de 2013 Licenciatura em Psicologia.

Serviço:

Consulte o Processo TC 352/2021 clicando neste link.